Trata-se de uma exposição com fins publicitários, criada pelo grupo Nexus Interactive Arts para a marca Qualcomm. O objetivo é mostrar algo que não se pode ver a olho nu, portanto que pode passar despercebido e que seja tecnológico, que é o que acontece com a marca aqui representada.
Quando o visitante entra na exposição depara-se com seis objetos muito elementares, cada um colocado num plinto. Com o fundo, os objetos e os plintos completamente brancos, é só a tecnologia de Realidade Aumentada (AR) que vai dar a cor ao momento.
Consigo o visitante deverá levar um dispositivo android que tenha instalado a aplicação destinada à Realidade Aumentada para esta exposição (um tablet ou um smartphone) e direcionar a câmara fotográfica para o objeto. No ecrã, o objeto fica com movimento e cor, surgindo um mundo animado em 3D. Aqui também aparecem hotspots onde o visitante pode saber mais informações sobre a tecnologia e sobre a Qualcomnm.
- Económica porque não necessita da utilização de um ecrã para expor simplesmente um gif que é dispendioso. Cada espectador utiliza o seu próprio dispositivo com a aplicação especifica já devidamente instalada.
- Cómoda, principalmente para os vídeos, porque inicia assim que o visitante dirige o dispositivo android para o objeto; o áudio não ocupa o espaço completo da exposição podendo o visitante utilizar os seus fones.
É sempre interativa porque permanece a curiosidade de descobrir o que a imagem reserva. Para além disto, o culto pelo gif é típico da comunidade internauta e desta forma a obra permanece no seu “habitat natural”.
Para ilustrar a minha proposta utilizo a obra do artista Nicolas Ménard que explora as duas tipologias (portefólio online).
Aqui, em vez dos objetos estarem expostos em plintos, poderiam ficar na parede e simplesmente serem uma placas com as dimensões para abrigarem o gif, que neste caso deverá ser um retângulo de 23 x 13 cm com uma imagem muito elementar para a aplicação conseguir identificar a que obra. Estes objetos até poderiam ser impressos em impressoras 3D.
O mais dispendioso acabaria por ser o fabrico da aplicação. Estas precisavam de saber identificar as obras e mostrar as legendas de cada uma. Poderiam conter o texto de sala com informações da exposição em geral e do artista, até mesmo direção direta para o site oficial, como também um local para comentários de visitantes.
As artes digitais e os novos media exigem por vezes de estratégias muito especificas para uma só peça. Estes acabam por ser um grande desafio para os profissionais do sistema de arte, mas também uma possibilidade de inovar o discurso expositivo, tornando-se mais adequado não só à arte contemporânea, mas também ao público que cada vez é mais exigente.
Coloco em PDF as referências